Numa grande floresta exisita um interessante jardineiro. Ele era o responsável por cuidar e zelar de tudo o que era concernente àquele local. A fauna, a flora, tudo vivia em plena harmonia sob seus cuidados. Ele, então, passeando um dia pelas trilhas que havia feito, começou a notar a presença de alguns esquilos. Esses estavam agitados, nervosos, e mesmo brigando entre si para construirem uma espécie de abrigo, contudo sem conseguí-lo. A vontade de domínio de uns sobre os outros era muito grande.

Vendo o jardineiro essa situação, aproximou-se deles e disse que ele mesmo construiria um abrigo para todos os esquilos. Imediatamente, todos começaram a saltar de alegria e a cantarolar as cantigas que as avós esquilo haviam ensinado. Eles estavam mesmo felizes. O jardineiro contou a eles que era dono do jardim e que Mirah, a mais velha árvore de lá, havia cedido alguns de seus galhos para que a cabana dos esquilos pudesse ser construída. Ele também informou a todos os esquilos que ele seria o dono ainda da cabana e apresentou-lhes as regras, deixando claro que os esquilos poderiam utilizá-la pelo tempo que fosse necessário.

Tendo o jardineiro se ausentado das redondezas, os esquilos continuaram cantando, celebrando, fazendo discursos. Isso atraiu ainda mais esquilos para o abrigo. Com o passar do tempo, o jardineiro foi esquecido, apesar das celebrações ainda continuarem. Só não se sabia mais a que, ou a quem se celebrava. Junto a isso começaram a surgir alguns esquilos cheios de novas idéias e técnicas para que mais esquilos se juntassem àquele pequeno reino. Aqueles que chegavam deveriam trazer 5 nozes para ajudar na manutenção da cabana. Assim que chegavam, a eles eram atribuídos cargos de chefia. E assim viveram por muito tempo e se acostumaram com o sistema que foi desenvolvido. Mais alguns dias se passaram e começaram a desejar reformar e ampliar a cabana. Agora, todos precisavam conseguir mais esquilos e mais nozes. Mais e mais festas, reuniões, celebrações das mais diversas, campanhas de arrecadação. Tudo em nome de ninguém e do nada. Os esquilos tinham perdido totalmente a noção do porquê das coisas.

Num certo dia, o jardineiro voltou para ver como estavam os esquilos. Estavam tão atarefados que nem perceberam a presença dele ali. Na verdade muitos ali nem mesmo o conheciam! Então o jardineiro espantou-se com o que encontrou ali. Viu alguns esquilos ensinando coisas a outros que iam contra os príncípios da floresta. Viu muitas reuniões ocorrendo, muitos esquilos emocionados, mas sem nem saber direito o motivo que os levou a estarem assim. Uns davam brados porque tinham conquistado mais nozes do que outros, e esses sentiam um fardo colocado sobre seus ombros. O jardineiro tentou falar algo, mas não permitiram. Ele não falava como os outros, não se vestia como deveria, não tinha nehum cargo especial na hierarquia. Ele não tinha chance ali. Tentou de novo, entretanto sem resultado. Mais uma vez, e nada. Buscou uma tática diferente. Aguardou um esquilo sair da cabana e se dirigir ao bosque para conseguir mais nozes e o interceptou no caminho. Falou a ele em baixa voz, ao ouvido, pedindo que avisasse aos outros esquilos que o jardineiro desejava falar, pois algumas coisas que os esquilos faziam não estavam corretas. O esquilo reconheceu ser ele o jardineiro que havia preparado tudo a eles, e prontamente, decidiu levar a mensagem.

Correu até a cabana começou a bradar: “Ei! Atenção todos vocês! O jardineiro me encontrou no caminho do bosque e me disse que deseja falar a todos! Ele disse que algumas coisas que estamos fazendo não estão corretas!”. Nesse momento um dos esquilos mais eloqüentes e comoventes de todos tomou a palavra: “Mas o que é isso? Você ficou doido? Você acha que é mais importante do que os outros aqui para que o jardineiro fosse falar com você? Você se acha melhor que todos nós!? Nós seguimos tudo o que o jardineiro disse e estamos somente cuidando da cabana dele! E ele tem sido tão bom que tem cuidado das outras plantas que sempre temos nozes à vontade para nos fartar! Você está agindo em rebeldia e vai ser punido por isso! Você está se levantando contra os escolhidos pelo jardineiro para tomar conta da cabana!”

E aí esquilo? Conhece essa história?

Há alguns dias estive numa conversa com uns amigos e uma coisa que um deles disse me chamou muito a atenção. Conversávamos sobre a situação da Igreja atualmente, sobre como hoje as coisas são diferentes, como as pessoas agem diferente, como a pregação é diferente. E ele numa conclusão elucidativa afirmou: “Cara, a mim parece que Deus não tem mais chance na Igreja, saca? Ele perdeu totalmente o espaço!”. Fiquei surpreso e só pude concordar com meu silêncio. Essa foi uma das coisas mais certas que ouvi nos últimos tempos! É impressionante dizer isso, mas temos de concordar. O Jardineiro perdeu a chance na sua prórpia cabana. Tantas coisas, programações, métodos, teologias, modelos e bla bla bla, que o humilde carpinteiro montato num jumentinho não tem a menor chance nisso!

É tanta enrolação e embromação que, cada vez mais, fica muito mais complicado, difícil e raro ouvir os princípios simples do Reino. Antes, dizia-se que Deus era colocado numa caixinha pelas igrejas tradicionais numa ilustração ao “controle e limitação” das manifestações do Espírito Santo. Eu afirmo o contrário. Deus não está na caixinha. Ele está é longe dela e de tudo o que está em nossas mãos. Jesus perdeu a chance na Igreja. Sua voz não é mais reconhecida, seus princípios não mais obedecidos. A voz de muitos esquilos se tornou, para muitos, mais importante do que a do Jardineiro.

Sério. Tire as programações, reuniões, metodologias, ritos, encontros religiosos ou sociais, congressos, ou qualquer atividade que exista, e veja se sem o evento existe a figura de Deus, ou pelo menos uma distante lembrança do Jardineiro. Ou você enxerga somente o vazio? Ser cristão antes, era sinônimo de piedade e consagração. Hoje, sucesso financeiro e extorção celestial. Não lute por uma causa barata e sem valor. Não usurpe as verdades do Evangelho. Não ache que você tem o domínio. E não se preocupe em agora dar chance a Ele porque Ele não precisa da sua misericórida.

Ele vai sacudir a cabana para mostrar que Ele é quem manda e domina. Vai amedrontar os esquilos enganadores e aproveitadores, e sua voz vai trovejar para que todos os habitantes da floresta o ouçam!

Ficou bravo, esquilo? Sinceramente, eu só lamento.

Um grande abraço.


Autor: Leonardo Oliveira
Fonte: CRENTE.QI.PENSA


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