Vivo me perguntando isso! Porque se o Evangelho que vivemos é o mesmo que Cristo viveu, tem algo errado comigo, porque o que vejo não condiz com o que leio nas Escrituras Sagradas.

Quando leio a Bíblia, vejo Jesus se relacionando frequentemente com ímpios (não crentes), andando com prostitutas (sem praticar prostituição), sentando e comendo com publicanos, evangelizando sem nenhum pudor e pregando a graça escandalosamente.

Certa feita, Ele transformou água em vinho, mas hoje o Evangelho diz que não se pode tocar em álcool. Noutra oportunidade, Ele se alegrou com pessoas que não professavam o mesmo credo dEle. Ele tocava em gente discriminada pela sociedade e os socorria nas suas necessidades sem esperar nada em troca, mas o Evangelho hoje diz que se nos misturarmos com gente que vive a margem da sociedade, nos tornaremos "farinha do mesmo saco".

O Evangelho que Jesus vivia, dava contra as portas do inferno e as portas do inferno não resistiam, mas o Evangelho que vivemos hoje suporta os ataques infernais é o inferno que dá contra as portas da igreja e nós "bravamente" resistimos.

No Evangelho que Jesus vivia o indivíduo pensava primeiro na comunidade, mas hoje pensamos, como diz o adágio, a filosofia de "farinha pouca, meu pirão primeiro". No Evangelho de Jesus o amor era a tônica, mas hoje amor é secundário o importante é manter a igreja cheia e os gasofilácios transbordando. No Evangelho de Jesus, simplicidade era um estilo de vida, mas hoje acumular riquezas é mais do que necessário, é imperativo.

Pois é, ainda dizem por aí que é tudo igualzinho a Igreja primitiva, e que foi só o tempo que passou, mas na realidade estamos a léguas de distância do Evangelho de Jesus e vivemos abraçadinhos com o Evangelho dos evangélicos.


Autor: Márcio de Souza
Fonte: Pulpito Cristão



Segue abaixo as informações relacionadas as doações da tragédia da Região Serrana do Rio de Janeiro.

COMO FAZER A DOAÇÃO:

Postos rodoviários, supermercados, os batalhões da PM, postos da Policia Rodoviária Federal nas estradas, ONGs, sites e contas em banco, além de abrigos montados nas cidades envolvidas estão recebendo donativos para ajudar as vítimas da chuva na Região Serrana do Rio.

O QUE DOAR:
preferencialmente água mineral, produtos de higiene pessoal (escova e pasta de dente, absorvente, fralda…) e de limpeza (rodo, vassoura, desinfetante, detergente, sabão em pó…) roupas de cama, mesa e banho e colchonetes, além de alimentos não perecíveis (arroz, café, feijão, óleo, sal…).

ATENCÃO: Doação de sangue tambem é MUITO importante!

Abaixo segue uma lista de como fazer as doações, por região.

EM TODO O BRASIL

- A prefeitura de Teresópolis abriu uma conta bancária, para deposito de qualquer quantia, no Banco do Brasil com o nome “SOS Teresópolis – Donativos”, ela está disponível na agência 0741-2, com o número 110000-9. - O Viva Rio disponibilizou sua conta corrente do Banco do Brasil: 411396-9, agência: 1769-8; Qualquer quantia aceita! - No site Mega Abelha (http://www.megabelha.com.br), de compra coletiva, você poderá doar qualquer valor acima de R$5,00, que será repassado aos orgãos municipais, para ajudar às vitimas.

- Conta bancária da Cruz Vermelha: BANCO REAL – Ag: 0201 – C/C: 1793928-5
EM TODO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

- A partir desta quinta-feira, todos os batalhões da Polícia Militar do Estado irão receber doações para as vítimas das chuvas.

- Polícia Rodoviária Federal – a PRF disponibilizou diversos postos de arrecadação: BR-116: KM 133 (Doações 24 horas) / BR-101: KM 269 (Doações 24 horas) / BR-040: KM 109 (Doações das 8h às 17h) / BR-116: KM 227 (Doações das 8h às 17h)

- O grupo Pão de Açúcar montou postos de coletas de donativos nas 100 lojas da rede no Rio de Janeiro. As doações podem ser feitas nos supermercados Pão de Açúcar, ABC Compre Bem, Sendas, Extra Supermercados e Assaí. De acordo com a assessoria do grupo, o material será recolhido até o dia 26 de janeiro.

- A concessionaria da Rodovia Washigton Luis (BR0-40) está recolhendo doações em suas praças de pedagio.

- A Cruz Vermelha de Nova Iguaçu, também recebe doações, na rua Coronel Bernardino de Melo, 2085, e na rua Alberto Cocoza, 86, no centro.

PETRÓPOLIS

- A Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis I), situada à Rua Bingen, 50 – Bingen, você poderá levar suas doações, no horário das 8h às 20h, basta procurar a Administração.
- Sede da Secretaria de Trabalho, Ação Social e Cidadania na Rua Aureliano Coutinho, número 81.
- Na região de Itaipava: Centro de Cidadania de Itaipava, na estrada União da Indústria; na Igreja Wesleyana, no Vale do Cuiabá e na Igreja de Santa Luzia, na Estrada das Arcas.
- O Museu Imperial tambem recebe doações. Procure a Administração.

TERESÓPOLIS

- Foi montado um posto central de atendimento no Ginásio Esportivo Pedro Jahara, na rua Tenente Luiz Meirelles, número 211, no centro da cidade.

RIO DE JANEIRO

- A Rodoviária Novo Rio recebe doações para a Cruz Vermelha. Os donativos serão recebidos no piso de embarque inferior, das 9h às 17h.
- O Circo Voador, na Lapa, tambem está recebendo doações.
- A sede do Viva Rio na Rua do Russel, 76, Glória.
- Cruz Vermelha, na Praça Cruz Vermelha, 1012, centro.
- O Shopping Downtown está recolhendo donativos no SAC (bl 12C subsolo) ou no Espaço Cliente (bl 17).


DOAÇÃO DE SANGUE


O Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro (HemoRio) solicita que a população doe sangue para atender as vítimas das chuvas. A doação pode ser feita na sede do instituto, na rua Frei Caneca, 8, na região central da cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: Blog do autor
Via: Bereianos



Sou abstêmio convicto, motivado especialmente por caso de alcoolismo na família e por compreender o dano social causado pelo consumo de bebidas alcoólicas. Portanto, este texto não pretende ser uma apologia a nada, exceto talvez ao equilíbrio bíblico, tendo em conta a advertência: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4:2). A obediência aos mandamentos começa por não ficar aquém nem ir além de onde a própria Bíblia vai.

Fiz uma busca rápida por vinho no Novo Testamento e a encontrei em cerca de 30 versículos. Algumas palavras importantes são estudadas a seguir.

Oinos

Esta palavra aparece 33 vezes em 25 versículos (em alguns versículos ocorre repetidamente), e é traduzida “vinho” em todas as ocorrências pela Revista e Atualizada. Que vinho [oinos] contém álcool fica claro na seguinte passagem: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). A Septuaginta usa oinos para traduzir os hebraicos yayin, chemer, ieqev, sove, asis, shekar, shemer e tirosh, indistintamente.

Quanto ao vinho usado na última ceia, não é dito de que tipo era, visto que a palavra vinho não ocorre nesse contexto. De qualquer forma, as igrejas apostólicas celebravam a ceia com vinho inebriante, pois é dito que “ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague” 1Co 11:21. Note que em suas repreensões à forma desordenada na qual a igreja corintiana celebrava a ceia do Senhor, Paulo não inclui o tipo de vinho utilizado.

Interessante notar, também, que Jesus foi acusado de bebedor de vinhos [oinopotes]:“Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!” (Lc 7:34). Em uma passagem da primeira epístola de Pedro, bebedices é tradução de um termo derivado de oinos[oinophlugia]: “Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias” 1Pe 4:3

A conclusão é de que o termo mais comumente traduzido vinho no Novo Testamento refere-se a uma bebida capaz de causar embriaguez se consumida em grande quantidade. É possível que o vinho feito por Jesus em Caná e o utilizado na última ceia fossem do mesmo tipo consumido comumente pelos judeus de seus dias, que bebido puro e em grande quantidade era embriagante. No caso da ceia em Corinto, é-nos permitido concluir que a mesmo continha álcool, pois ninguém se embriaga com suco de uva.

Gleukos

Em Atos 2:13 a Revista e Corrigida traduz gleukos como mosto, um suco doce de uva espremida: “Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!” (At 2:13.) Tecnicamente, mosto é o vinho ainda não totalmente fermentado. De qualquer forma, deveria ser embriagante, visto que a Revista e Atualizada traduz “cheios de mosto” como “embriagados”. A própria expressão dos ouvintes requeria que eles estivessem alterados.

Oxos

Outra palavra traduzida por vinho é oxos: “deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber” (Mt 27:34). Era uma mistura de vinho azedo ou vinagre e água que os soldados romanos estavam acostumados a beber. De fato, a palavra só ocorre nos Evangelhos e somente no episódio da crucificação de Jesus (Mt 27:34, 48; Mc 15:36; Lc 23:36; Jo 19:29-30), sendo traduzida mais comumente como vinagre. Logo, este seguramente não era o vinho utilizado na última ceia, na ceia do Senhor da igreja primitiva e nem mesmo o vinho consumido normalmente pelos judeus nos dias de Jesus.

Sikera

É uma palavra traduzida como bebida forte na única vez que ocorre: “Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno” (Lc 1:15). Não era vinho, mas uma bebida forte e intoxicante. Era um produto artificial, feito de uma mistura de ingredientes doces, derivados de grãos ou legumes, ou do suco de frutas (tâmara), ou de uma decocção do mel.

Methe

A palavra beberrão, bêbado, bebedices, etc. deriva de methe que significa embriaguez bebedeira, intoxicação: “Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (1Co 5:11. Ver ainda 1Co 6:10). Methe e seus derivados estão associados ao consumo excessivo de bebidas. E este excesso é claramente proibido nas Escrituras, como por exemplo Ef 5:18 onde a proibição não é quanto ao consumo de vinho [oinos], mas à embriaguez [methusko], pois como demonstrado acima, Jesus bebia vinho (Lc 7:34, citado acima), mas o irmão beberrão deveria ser evitado (1Co 5:11, citado acima). Não há uma proibição do tipo “não beberás vinho”. Parece que o ensino bíblico é mais no sentido da moderação. Por exemplo, nas descrições dos requisitos para os oficiais da igreja, a proibição é quanto ao excesso: “É necessário, portanto, que o bispo seja... não dado ao vinho”(1Tm 3:2-3), “semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam... não inclinados a muito vinho”“quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam... não escravizadas a muito vinho” (Tt 2:3).

A proibição geral é quanto ao embriagar-se, não quanto ao consumo em si, feito com moderação. É neste sentido que temos advertências do tipo “não vos embriagueis com vinho” (Ef 5:18), “acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da... embriaguez” (Lc 21:34),“Andemos dignamente... não em orgias e bebedices” (Rm 13:13), pois “não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gl 5:21).

Ao lado disso, há a recomendação do experiente Paulo ao jovem Timóteo para que este bebesse um pouco de vinho, devido a seus problemas de saúde. “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1Tm 5:23) É interessante aqui observar duas coisas, a quantidade e a finalidade. Era para tomar “um pouco” de vinho e “por causa” de seus problemas gástricos, ou seja, com finalidade terapêutica.

Concluindo, se alguém me perguntar o que eu acho sobre o crente beber com moderação, direi que o mesmo deve evitar, pelas razões que expressei na introdução. Mas se alguém me perguntar se a Bíblia proíbe ao crente beber de forma moderada, para ficar em paz com minha consciência, direi que não. Pois de fato ela não o faz. Ela proíbe a embriaguez, mas não o consumo moderado.

Soli Deo Gloria

Autor: Clovis Gonçalves
Fonte: Cinco Solas
Via: Bereianos


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Nota do blogueiro: Creio que o texto é suficiente para tirarmos nossas próprias conclusões com relação ao consumo de bebida alcoólica. Contudo, acho importante salientar que por mais que você esteja de consciência tranquila com relação ao consumo moderado de álcool é preciso levar em consideração qualquer possibilidade de, por você beber, um irmão ser levado a tropeçar, se enfraquecer ou se escandalizar com a sua atitude. Por isso recomendo uma leitura atenta de Romanos 14, onde Paulo aborda justamente este tema.




A mentira é conhecida por inúmeras definições. De todas, talvez a sua definição mais sutil encontra-se em um pseudo antônimo – a omissão. Creio que nenhuma definição do que não é mentira tenha contribuído tanto para a transgressão do nono mandamento – no que tange a proclamação do Evangelho – quanto à omissão.

Comumente ouvimos “isso não é mentir, é omitir”. Não tenho intenção de esgotar o assunto, mas, conforme o primeiro parágrafo, quero direcionar a sua atenção para as pessoas que mais podem ser vítimas deste engano. Se há pessoas iludidas sobre o tema, há também mentirosos profissionais que ocupam púlpitos pomposos com uma falsa piedade, ocultando toda a verdade, por meio da omissão, para seu ganho pessoal.

Mentira é ausência de verdade, ainda que apenas uma parte da mesma. Omissão é uma falha, uma negligência, um esquecimento, uma falta da verdade – enquanto trata do ato de falar. Nada, repito é tão sutil, quanto uma verdade pela metade (ou uma mentira completa), para um empobrecimento da verdade bíblica.

O filósofo francês, Rousseau, escreveu certa feita: “mentir é esconder uma verdade que devemos revelar (1)”. Ora diante de ordenanças tais como: “prega a palavra (...) exorta com toda a (...) doutrina (2)”; “ide por todo o mundo e pregai o evangelho (3)” – e não parte dele; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida (4)”, essa questão torna-se mais grave. Conforme escrevi em outro texto: Toda e qualquer acréscimo ou decréscimo ao texto inspirado, é uma meia verdade, o que caracteriza uma heresia e uma mentira.

O caso é que muitos têm emasculado o Evangelho. Têm preparado um aperitivo intragável, com 3/6 de água com açúcar, 2/6 de auto-ajuda e 1/6 de Bíblia – apenas para dar um gostinho e “justificar” seu aparente cristianismo. E orgulhosos, ainda chamam isso de pregação da Palavra. E dizem que o Brasil está avivado por ela. Por puro pragmatismo, qualificam seu trabalho pela quantidade de sedentos que consomem essa água morna e barrenta. E o pior, muitos têm enchido seus ventres com coisas radicalmente estranhas ao texto Sagrado.

A Bíblia, para muitos pregadores modernos é (ou deve ser) algo antiquado. Pois não poupam esforços para torná-la atraente ao grande público. Precisa ser contextualizada e “melhorada” – com algo que a torne “atrativa ao ouvinte moderno”. Difícil tempo, este nosso! Ainda que a aplicação da mensagem deva ser contextualizada, ela tem de significar o que significou outrora, ou seja, o princípio da mensagem não é contextualizado.

Creio que essa nova hermenêutica (não tão nova assim) deva ser oriunda da corrupção humana. As palavras da Escritura incomodam o homem decaído, pois demonstram o que ele tende a negar: sua corrupção e necessidade de um Redentor. O próprio Jesus bíblico incomoda; e esse é seu propósito. Se a ideia é que o ouvinte veja seu estado deplorável, se arrependa e venha para os braços do Pai – nada mais natural. Seria estranho obter uma mudança com um afago no ego do homem. Natural também, é que o homem não-regenerado (e este pode estar escondido atrás de um púlpito) não queira esta mensagem.

John Piper, afirma que: “A glória de Jesus encontra-se no fato de que ele está sempre fora de sincronismo com o mundo e, por isso, essa glória se mostra sempre relevante para os homens (5)”. Não é o que pensam alguns pregadores e escritores professos cristãos, hoje. O Conselho Mundial das Igrejas tem como lema a infeliz declaração: “A Igreja segue a agenda do mundo (6)”. Ainda que cheia de piedade, é uma declaração a ser repudiada. George Barna, polêmico autor escreve que: “É crítico que conservemos em mente um princípio fundamental da comunicação cristã: o auditório, não a mensagem, é soberano (7)”. Sem palavras...

A ênfase em agradar o ouvinte é tão estranha ao Novo Testamento quanto a Jesus. Porque se houve alguém que não se preocupou em agradar aos outros, ainda que demonstrando o mais sublime amor, foi Cristo. “A forma austera, brusca e impetuosa do amor de Jesus é especialmente ofensiva ao sentimento ocidental moderno” (8).

Cristo veio salvar os doentes (eufemismo para mortos em pecado). Esta semana, li um texto de Sandlin, no qual afirmava: “Deus não está no negócio de fazer com que os homens que andam dando tombos voltem a afirmar seus pés com segurança. Os pecadores estão mortos em delitos e pecados (Efésios 2:1). Eles não são homens enfermos que necessitem de um remédio: são homens mortos que necessitam de uma ressurreição” (9). Não há como amenizar essa mensagem, assim como não há como confrontar a pessoa com o pecado, conforme descrito na Bíblia, sem mostrar sua condição de morta espiritualmente. Por isso a mensagem da cruz incomoda.

Segundo Tozer, essa mensagem de cruz, quando pura, não faz barganhas com o mundo. Mas ela tem sido substituída por uma “nova” cruz. Denuncia ele: “A nova cruz não se opõe a raça humana; ao contrário, é uma companheira amigável e, se entendida de forma correta, é fonte de oceanos de diversão boa e limpa e de prazer inocente” (10). Algo está muito errado! E não é de hoje...

O “neo-evangelho”, com seu recheio de auto-ajuda; seu guia de 7 ou 10 passos para “alcançar uma vida plena” tem ignorado que o ser humano não precisa de auto-ajuda, mas de ajuda do alto. Adão foi o primeiro a deixar claro que a auto-suficiência (ou “auto” qualquer coisa) tem consequências catastróficas; fomos feitos para sermos integralmente dependentes de Deus. Mas, após o estrago feito, ser "auto" hoje não é apenas rebeldia, mas também teimosia e engano.

Não há nada que eu “auto” possa fazer. Afirmando isso, não anulo a responsabilidade humana, sou consciente dela. Mas sem Ele, nada podemos fazer (11). Em matéria de salvação, nada é mais verdadeiro que isso: eu sozinho e por mim mesmo, nada posso; mas, Cristo veio nos resgatar – e nossa segurança e paz tem de residir única e exclusivamente nEle, e em sua obra destinada a nós. O “auto” entra apenas em auto esvaziar-nos (o que também depende da ação do Espírito Santo), para que diminuamos e Ele cresça. Essa ideia humilhante não agrada a maioria. É aí que entra a meia-verdade, ou a omissão (mentirosa) de parte da Bíblia nos púlpitos.

Nossa justiça, orgulho, pecado, verdade, nobreza, autojustificativa; tem de ser destruída pela verdade da Palavra – se ansiamos sermos libertos pela Verdade. Mas, “a nova cruz não destrói o pecador; redireciona-o. aparelha-o para um modo de viver mais limpo e mais belo e poupa seu respeito pessoal”; e o pregador da dessa nova cruz “não exige renúncia da velha vida para que se possa receber a nova. Ele não prega contrastes; prega similaridades. Procura caminhos para interessar o público, ao mostrar que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; ao contrário oferece a mesma coisa que o mundo, só que de forma mais elevada”(12).

Ora, em dias tão conturbados, quem pregará a verdade completa? Quem ousará romper a barreira da omissão mentirosa por amor a Cristo e aos perdidos? E quem ouvirá esta pregação (13)? O fato é que fomos comissionados a pregar, não a sermos aprovados ou agradáveis; e essa é a emergência da humanidade. Precisamos ser ousados, bíblicos e integralmente verdadeiros; pregar toda a mensagem e não apenas partes agradáveis.

Meu apelo não é para lhe transformar em um pregador ranzinza, seco, de dedo em riste, sem misericórdia ou sinal de amor. Antes, que você e eu não nos dobremos covardemente aos anseios pecaminosos do povo que não quer ser confrontado – como muitos fizeram – por medo de julgamentos e de perder “público”.

Jesus foi indiferente a essa aprovação alheia. Nós, por outro lado, ansiamos pelo aplauso e por sermos aclamados pelo que falamos. Como disse, essa não era a preocupação de Cristo. Buscamos muitas vezes, divorciar a justiça de Jesus de seu amor – pregando um atributo a menos, tentando torná-Lo mais “aceitável”. Esquecemos que o testemunho escriturístico diverge dessa filosofia: “Mestre, sabemos que (...) não mostras parcialidade, mas ensinas o caminho de Deus conforme a verdade” (14).

O caminho que Cristo veio oferecer é sublime, porém estreito, tem uma cruz a ser carregada e envolve morte. Morte do eu – tão exaltado no neo-evangelho antropocêntrico. “Deus oferece vida, não, porém, uma velha vida melhorada. A vida que ele oferece é vida posterior a morte” (15).
Lloyd-Jones afirmou certa vez que pregação é: “a lógica pegando fogo! É raciocínio eloqüente”; mas, sobretudo é: “teologia em chamas. E a teologia que não pega fogo, insisto eu, é uma teologia defeituosa; ou, pelo menos, a compreensão de quem prega é defeituosa” (16).

“Como essa teologia pode ser transferida para a vida? É preciso que [nós] se arrependa e creia” (17). “Jesus nos mostra o caminho para o céu com palavras muito duras (Mateus 5.29-30) A automutilação é melhor que a condenação” (18). “Com frequência ouvimos chamados para ‘viver o evangelho’, mas em nenhum lugar da Bíblia somos chamados a ‘viver o evangelho’. Ao contrário, somos admoestados a crer no evangelho e a obedecer a Lei” (19). Recebemos o favor de Deus pela graça para crer e sua direção através do Espírito Santo para obedecer.

Assim, com responsabilidades e obrigações, com humildade e arrependimento, com o favor divino, sabendo a grandiosidade de sua santidade e ira contra a transgressão e da nossa situação outrora desfavorável – é que a Boa Nova deve ser pregada, ouvida e entendida. Todo o conselho de Deus deve ser proclamado e crido – e não parte dele. Devemos pregar a humilhação que a cruz causou em Cristo, e olhando para ela sermos também humilhados. Calvino diz que a cruz nos torna humildes: “Advertidos de tais debilidades por tantas evidências, os crentes recebem uma grande bênção por meio da humilhação” (20).

Faço minhas as súplicas registradas por Jeremias: “Ó terra, terra, terra, ouça a palavra do Senhor!” (21). Mas, “como, pois, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (22). Se você pregador, tem escondido uma verdade que sabe que deveria revelar, arrependa-se e proclame integralmente as palavras dAquele que lhe chamou. Não tema o que o mundo possa fazer, pensar ou dizer de você. Junte-se ao salmista e a Paulo: “por amor a ti, enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro” (23). O Bom Pastor zela, por esse tipo de ovelha!


Autor: Alberto M. de Oliveira
Fonte: Ecclesia Semper Reformanda Es


Referências:
(1) Os Devaneios do Caminhante Solitário – Jean-Jaques Rousseau (1712-1778);
(2) 2Timóteo 4.2;
(3) Marcos 16.15;
(4) Apocalipse 22.19;
(5) Um Homem Chamado Jesus Cristo – John Piper – Vida, p. 83;
(6) Michael S. Horton in Reforma Hoje – Uma Convocação Feita Pelos Evangélicos Confessionais – James Montgomery Boice & Benjamin Sasse (editores) – Cultura Cristã, p. 98;
(7) Idem;
(8) Piper, op. Cit., p. 83;
(9) Porque Devo ser um Calvinista - P. Andrew Sandlin – por email;
(10) Homem: Habitação de Deus – A. W. Tozer – Estação do Livro & Mundo Cristão, p. 39;
(11) João 15.5;
(12) Tozer, op. Cit., p. 40;
(13) Isaías 53.1;
(14) Lucas 20.21;
(15) Tozer, op. Cit., p. 41;
(16) Pregação e Pregadores – David Martyn Lloyd-Jones – Fiel, p.95;
(17) Tozer, op. Cit., p. 41;
(18) Piper, op. Cit., p. 83;
(19) Horton, op. Cit., p. 98;
(20) A Verdadeira Vida Cristã – John Calvino – Fonte Editorial, p. 49;
(21) Jeremias 22.29;
(22) Romanos 10.14;
(23) Idem 8.36.


A graça nos salva, mas nos deixa inalterados, ou somos mudados pela graça que nos salva?

D. A. Carson diz: “Os cristãos jamais têm o direito de dizer ‘Sou mais inteligente do que você’, pois lá no fundo sabem que jamais podem ser mais do que tolos a quem se tem demonstrado perdão e graça” (The God Who Is There, p. 93).

Mas a Bíblia diz: “Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na inutilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento do seu coração. Tendo perdido toda a sensibilidade, eles se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza. Todavia, não foi isso que vocês aprenderam de Cristo. De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.17-24).

Não preciso ir lá “no fundo” para reconhecer que sem Cristo eu seria um tolo assim como qualquer não cristão. Mas não estou sem Cristo. Ele não me salvou para então deixar-me como tolo; ao contrário, por seu ato salvífico ele me fez mais sábio. Ele me deu conhecimento e uma mente que crê para entender a verdade. Não tenho o direito de dizer “Eu era mais inteligente do que você” a um não cristão, mas da mesma forma não tenho o direito de dizer “Ainda não sou mais inteligente do que você”. Antes, devo dizer “Agora sou infinitamente superior a você em sabedoria, pois a revelação de Deus é infinitamente superior a qualquer coisa que um não cristão possa crer. Mas Deus me fez assim como uma dádiva, uma dádiva que ele concede a todos aqueles a quem ele escolheu”.

D. A. Carson diz: “Nunca somos mais do que pobres pedintes dizendo a outros pobres pedintes onde há pão” (The God Who Is There, p.93).

Se isso é verdade, Cristo não fez nada por nós. Mas a Bíblia diz: “Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos” (2 Co 8.9).

O filho pródigo era pobre quando dividiu um lugar entre os porcos, mas dizer que ele permaneceu pobre após ter voltado para casa seria uma bofetada no rosto do pai. Ao invés disso, um cristão diz: “Eu era muito pobre, mas Jesus Cristo me fez rico. Não me tornei assim por causa de minha sabedoria ou força, mas somente por causa da bondade dele. Mas permanece o fato que agora sou rico”.

Certamente se os cristãos são superiores aos não cristãos, é por causa da graça de Deus por meio do evangelho de Jesus Cristo. Mas a graça e o efeito do evangelho realmente mudam aqueles que creem, de modo que não pode ser dito para sempre que o poder deles é diferente e externo. Uma graça que não é internalizada é uma graça desdenhada. Um evangelho que não é personalizado é um evangelho negado. Um cristão que não foi feito mais sábio e santo que um não cristão é um não cristão. Uma humildade que nega isso é uma humildade ingrata e indolente.

Vocês, pregadores e teólogos, que sua falsa humildade queime no inferno junto com o orgulho do diabo. Parem de envenenar as ovelhas de Cristo. Ensinem uma humildade que honre a obra de Cristo.


Autor: Vincent Cheung
Traduzido por: Marcelo Herberts (28/12/2010)
Via: Monergismo




"mas, como está escrito: nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." (1 Coríntios 2:9)

"Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera." (Isaías 64:4)


Um dos versículos mais populares da Bíblia, citado até mesmo em canções é 1 Coríntios 2:9. Pregadores da Teologia da Prosperidade encorajam seus ouvintes a sonharem com coisas que eles jamais sonharam...porque é isso o que Deus preparou para aqueles que o amam...e, nessa visão, pode ser desde um BMW até uma mansão na Riviera Francesa. Outros pregadores, mais tradicionais, usam o versículo acima para se referir ao céu e às bênçãos pós-morte. O texto, dizem, nos mostra que não sabemos que tipo de bênçãos receberemos no céu.

Porém, será que é isso mesmo o que 1 Coríntios 2:9, citando Isaías 64:4, quer dizer? Bom, uma regra simples da interpretação bíblica nos diz que devemos ler o texto dentro do contexto. Em outras palavras, devemos, no mínimo, ler o versículo dentro de uma unidade textual maior que faça sentido: a perícope. E, vendo o contexto, o que descobrimos?

1) Já sabemos aquilo que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Ahn, como...mas o texto não diz que nós não sabemos o que Deus preparou...que nem olhos viram e nem ouvidos ouviram? Sim...isso é o que diz 1 Co 2:9. Mas, você já leu o versículo 10?

"Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus."

Ou seja, por meio do Espírito Santo, sabemos que tipo de coisas "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram". Isso não está oculto, foi revelado. Mais precisamente na Bíblia, que é a Palavra de Deus.

Claro que isso não significa que saibamos de todos os detalhes. Por exemplo, não sabemos exatamente como será a vida em novos céus e na nova terra...mas temos o quadro geral.

2) 1 Coríntios 2:9 refere-se ao Evangelho, à salvação de Cristo na cruz. Agora que lemos 1 Coríntios 2:10, é hora de ler 1 Coríntios 2:1-8:

"Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória."

O que Paulo está dizendo? Ele contrasta dois tipos de sabedoria. A deste século e a dos poderosos desta época acabou crucificando a Jesus. Paulo não ostentou esse tipo de sabedoria quando pregou o Evangelho...e ela não deve ser a base da fé da Igreja. A fé deve se basear no poder de Deus...em Jesus Cristo e neste crucificado. O Cristo crucificado é a pregação paulina, é a sabedoria de Deus em mistério, preordenada desde a eternidade, para a glória dos eleitos, mas que estava oculta. Veja bem...estava...outrora oculta. Mas, agora, ela foi revelada pelo Espírito.

Que Paulo fala do Evangelho, fica mais claro quando lemos o contexto remoto, o que está escrito em outros textos, como Efésios 3:8-9:

"A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas..." (Efésios 3:8-9)

Portanto, agora, quando você cantar, pregar ou falar sobre aquilo que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram", você saberá como entender corretamente o ensino de 1 Coríntios 2:9.


Autor: Helder Nozima
Fonte: Reforma e Carisma
Via: Cinco Solas




A “pornificação” da sociedade está promovendo violência contra as mulheres e terá um impacto corrosivo na sociedade britânica nos anos que virão, disseram duas escritoras feministas na semana passada. Kat Banyard, autora do livro The Equality Illusion (A Ilusão da Igualdade), disse no Festival Internacional do Livro em Edimburgo que a pornografia leva a “um aumento em conduta agressiva e atitudes que apoiam a violência contra as mulheres”. “Números imensos de jovens e homens sentam-se assistindo e recebendo experiências poderosas e claras de olhar mulheres sendo fisicamente abusadas. Há um problema enorme – mas não estamos nem próximos de lidar com ele”, disse Banyard.

Natasha Walter estava apresentando seu livro Living Dolls: The Return of Sexism (Bonecas Vivas: a Volta do Sexismo) sobre o desenvolvimento de atitudes culturais acerca da superação pessoal das meninas. Bonecas Vivas estuda os diários de meninas durante o último século mostrando que a autoestima delas mudou de uma ênfase na autodisciplina intelectual e emocional para obsessão com a aparência física.

Além da pornografia descarada, as autoras identificaram e condenaram uma nova variante de misoginia na cultura popular. O aumento de “revistas de rapazes” sexualmente explícitas, dirigidas a rapazes adolescentes que estão no mercado de trabalho, a aceitação da prostituição, [atenção Ludwig Krippahl!] a normalização dos clubes de strip-tease, lap dance e pole dance e os excessos da cultura de celebridades que presta culto às estrelas do cinema, TV e esporte, são partes integrais da nova humilhação das mulheres, dizem elas.

Em seu livro, Walter investiga a nova “cultura vulgar”, um produto do feminismo em que mulheres libertinas machonas sexualmente agressivas e beberronas são ensinadas a ostentar sua sexualidade como forma de aumentar o poder do feminismo.

Até 90 por cento dos rapazes adolescentes da Inglaterra confessam que viram pornografia explícita que é facilmente acessível na internet. Walter disse que os rapazes que não participam da cultura pornográfica são desprezados pelos seus colegas como “esquisitos”. Walter escreve acerca de meninas adolescentes se gabando de múltiplos encontros sexuais e diz que a “hiperssexualização” da cultura tocou até mesmo as crianças do ensino primário.

“Nunca tivemos pornografia ou exploração sexual nessa escala. Os efeitos são incalculáveis, mas provavelmente ficaremos já fartos deles nas próximas décadas”, disse Banyard.

Os comentários ecoam os comentários do produtor musical Mike Stock, que disse para os meios de comunicação no começo deste mês que “noventa e nove por cento das listas de músicas de sucesso é música popular e 99 por cento disso é pornografia sutil”.

Ao mesmo tempo, uma reportagem do jornal Daily Mail disse que os professores, inclusive aqueles de escolas primárias, estão enfrentando mais e mais incidentes de importunação sexual por parte de seus alunos.

As estatísticas que foram disponibilizadas sob a Lei de Liberdade de Informações oriundas de relatórios dos próprios professores mostravam um total de 305 “incidentes” no ano passado. Esses incidentes incluíam um envolvendo um menino de oito anos que lambeu a perna da professora e tocou nos seios dela, e outro em que um menino de seis anos fez comentários sexuais para uma professora de 49 anos em West Midlands.

Um adolescente de 16 anos anunciou para sua classe na Escócia sua intenção de estuprar sua professora e uma aluna exibiu rapidamente sua calcinha para um professor e então passou a “se massagear de um modo sexual” na frente dele. Outros relatórios diziam que crianças estão se acariciando em aula com o objetivo de envergonhar ou intimidar seus professores.

As estatísticas foram liberadas à medida que relatórios policiais mostram que crianças novas, até de seis anos, estão sendo presas por crimes graves, inclusive agressão e assalto.


Fonte: Darwinismo


Nota: Quando li esse texto, me lembrei da recente declaração do biólogo Tony Davidson Felício: “A menina deveria compreender o crescimento dos seios como uma preparação para a maternidade, mas é induzida a desejar seios grandes e ‘atraentes’. Todas as mudanças projetadas por Deus têm um sentido espiritual e eterno, mas, no mundo, adquirem um sentido carnal e banal.” Isso é apenas uma amostra do que acontece com a crescente secularização e erotização da sociedade atual. Como a vida imita a “arte” e essa “arte” tende a ser cada vez mais libertina, dias muito piores virão. Romanos 1 e 2ª Timóteo 3 são profecias bíblicas que mais se assemelham ao jornal de amanhã.[MB]

Via: Criacionismo



Hoje o Brasil irá assistir a a abertura da 11ª versão daquilo que considero ser um dos piores programas de televisão do país, o Big Brother Brasil. Lamentavelmente, nos próximos três meses, as imagens de corpos nus, lingeries ousadas e muita sensualidade invadirão as residências brasileiras transformando o mais famoso reality show do mundo num programa erótico.

Pois é, não é preciso ser profeta para perceber que o perfil escolhido dos 17 "Brothers" tem tudo para corroborar com a transformação de um programa de entretenimento numa versão mais “light” do canal Sexy Hot, onde debaixo de mantas e edredons tudo é possível.

Caro leitor, vivemos dias complicadíssimos em nosso país. Nossa sociedade encontra-se absolutamente deteriorada, nossas famílias perdidas e sem rumo, nossos adolescentes e jovens sem perspectivas e referências. Tenho a impressão de que do jeito que a coisa anda caminhamos a largos passos para a “sodomização” da existência.

Sem sombra de dúvidas vivemos em um mundo submerso em pecado e que despreza os padrões de moral e justiça divina. A sociedade, de forma geral, encontra-se envolvida em um estilo de vida que se contrapõe aos princípios da lei de Deus. Os padrões de moralidade parecem não mais existir, a forma de se medir felicidade e sucesso difere daquela encontrada na Palavra de Deus. O objetivo de vida do ser humano não é a glorificação do nome do Senhor e sim a busca desenfreada pela satisfação pessoal, ainda que para isso seja necessário desconstruir conceitos e valores jogando-os definitivamente na lata do lixo.

Como já escrevi anteriormente, nós cristãos fomos chamados pelo Senhor a vivermos de modo absolutamente diferente daqueles que compõem esta geração. Compromisso com a moral, decência e santidade devem fazer parte da vida daqueles que nasceram de novo, levando-nos a exalar sobre os que se encontram em estado de putrefação espiritual o bom perfume de Cristo.

BBB, eu to fora, e vc?

Pense nisso!


Autor: Renato Vargens
Fonte: Pulpito Cristão






Via: Vem Ver TV



Apesar de 2011 já ter começado creio que nunca é tarde para refletir sobre as coisas que fizemos ou deixamos de fazer e planejar os novos alvos. E, depois de um tempo refletindo sobre meu último ano, eu gostaria de compartilhar (ou desabafar) contigo, meu caro leitor, algumas coisas que andei pensando.

Sempre fui um cara bem racional. Talvez por influência do meu pai, talvez pela minha formação acadêmica (para quem não sabe eu sou formado em Engenharia da Computação), talvez pela combinação de outros fatores... sinceramente eu não sei o porquê. O que sei é que sempre fui um cara racional, que gosta de pensar antes de tomar qualquer decisão e de usar técnicas de lógica para escolher qual a melhor atitude a ser tomada. Não apenas isso mas também sou muito sistemático. Gosto de criar listas de afazeres, seguir regras, ter horários bem fixados e, por mais incrível que pareça, gosto de criar rotinas. E, por ter este lado meio metódico em mim, odeio quando as coisas não ocorrem como eu planejei. Definitivamente não gosto de perder o controle da situação. O plano esta traçado, foi muito bem pensado, não tem porque falhar.

Por causa disto o meu ano de 2010 terminou com o status normal. Tudo o que alcancei neste ano foi previamente planejado. Viagens, promoções no emprego, eventos que participei, bens que eu adquiri, enfim, poucos ou nenhum empecilho ocorreu nesse meio tempo. Até mesmo as coisas que eu gostaria de ter feito ou conquistado no ano que passou e não se concretizaram eram coisas com um risco calculado. Poderiam não ter dado certo mesmo. Se dessem então eu estaria no lucro. Se não dessem então não seria mais do que o esperado. Mas tudo isso tem um motivo: eu ser muito racional.

Eu não apenas não gosto quando as coisas não saem como o planejado como também não gosto quando outras pessoas descobrem que meus planos falharam. Gosto de passar uma imagem de infalível, o dono da situação, o cara que está sempre com a razão. Junte a tudo isso a religiosidade e você tem um perfeito exemplo de um religioso de carteirinha, um estudante assíduo do Manual do Fariseu Profissional. Sim, meu amado. Infelizmente este sou eu. Dizem que antes de uma pessoa ser curada de um problema ela primeiro precisa assumir que tem o problema. E como foi bom para mim este tempo de reflexão que tive nesta última semana pois eu pude ver quem eu realmente sou.

Descobri que, com o passar do tempo, fiz da minha mente e do meu raciocínio o meu senhor. A minha mente é quem guia a minha vida. Vivo de acordo com os planos que eu mesmo tracei. É muito fácil para mim dizer que eu confio em Deus quando todas as coisas acontecem da maneira que eu quero. Mas é claro que acontecem do jeito que eu quero. Eu não dou uma chance a mim mesmo de ousar, de sonhar algo completamente inusitado, algo totalmente ilógico, de ser movido unicamente pela emoção. Não, isso não faria sentido. Eu estaria perdendo a razão desta maneira. Você percebe a vida mediocre que eu tenho vivido?

Mas, louvado seja Deus pela misericórdia que Ele tem. E, se Ele abriu os meus olhos para essas coisas então significa que ainda não é tarde, que eu não sou um caso perdido e ainda existe uma esperança para mim. Portanto gostaria de mostrar não os meus planos para 2011, mas sim os meus anseios e desejos:

  • Quero deixar a máscara da religiosidade cair da minha cara. Não ter medo de falhar e de mostrar para os outros que eu também sou ser humano, tenho meus defeitos e que eles não são poucos.

  • Quero ficar sem respostas, de boca aberta, de queixo caído. Não quero que as pessoas venham até mim com as suas dúvidas e pensem que eu tenho respostas para tudo. Quero dar respostas tipo: "hã?", "não sei", "não faço a menor idéia", "nunca ouvi falar disso antes" e me dispor a procurar a resposta junto com quem questiona.

  • Ainda que eu ame compartilhar do evangelho eu não quero conversar só sobre isso. Realmente não quero que as pessoas me vejam como um religioso que só fala da bíblia. Quero que as pessoas vejam que eu também converso sobre futebol, sobre games, sobre programas de televisão, sobre comida, sobre o filme novo que está no cinema, sobre como lidar com as mulheres, sobre problemas amorosos... Enfim, quero conversar com pessoas normais sobre coisas normais.

  • Quero arriscar fazer coisas que nunca fiz. Quero sentir medo do desconhecido. Quero enfrentar perigos e, se necessário, sentir pavor das circunstâncias.

  • Quero perder o controle das situações. Quero que alguns planos falhem. Quero aprender a ver Deus em meio às adversidades.

  • Quero falhar, não quero que depositem tanta confiança sobre mim pois posso ficar aquém das suas expectativas e quero saber te pedir perdão quando isto acontecer.

  • Quero fazer coisas movido pela emoção, não se importar muito com as consequências nem com os resultados. Não se preocupar com o que vão pensar de mim. Perder a razão e não esconder meus sentimentos.

  • Quero viajar sem ter planejado. Quero entrar em um ônibus na rodoviária com cinquenta reais no bolso, ir parar em outra cidade e depois ficar pensando como é que eu vou fazer para voltar.

  • Quero me relacionar muito mais. Quero conhecer outras pessoas, fazer novas amizades e criar novos vínculos, me apegar a outras pessoas sem me preocupar com o fato de que elas podem me decepcionar, podem ir embora, podem não estar presentes quando eu mais precisar, podem me magoar, etc.

  • Quero me apaixonar mais vezes, sem me importar com o risco de amar alguém sem ser amado, sem me prender as decepções amorosas e as dores que tive no passado.

  • Quero enfrentar perigos, saltar de paraquedas, bungee jump, surfar, esquiar, fazer rapel, nadar em um rio, escalar uma montanha, snowboarding, etc.

Resumindo, quero celebrar a vida que Deus me deu da melhor maneira possível: vivendo ela. Simples assim.


Autor: Cláudio Neto - ainda tentando achar um ponto de equilíbrio :)

*****

Nota: o tom extremista do texto é proposital e nem tudo o que foi escrito aqui deve ser levado ao "pé da letra".



O ator David Duchovny, 48 anos - que estrelou "Arquivo X", fez uma participação como o namorado maluco de Carrie em "Sex and the City" e hoje vive o escritor mulherengo Hank Moody, em "Californication" declarou que se internaria numa clínica para cuidar do seu vício em sexo.

Pois é, a sociedade a qual fazemos parte tem se caracterizado por uma frenética busca por sexo. O índice de pessoas dependentes de relações sexuais com variados parceiros é cada vez maior. Na verdade, indivíduos de todas as idades e de ambos os sexos, dedicam por parte do seu tempo pensando “somente naquilo.”

Tarados, pervertidos, ninfomaníacos, depravados. Estes são os rótulos comumente usados para definir pessoas que apresentam algum tipo de patologia do sexo. Já ouvi histórias de inúmeros indivíduos que em virtude da compulsão sexual que os escraviza, sofrem desesperadamente, lutando contra a imoralidade sexual.

De acordo com um estudo divulgado no ano passado pela UNIFESP, que ouviu 26 mil homens e mulheres, entre 40 e 80 anos, em 28 países, 75% dos brasileiros entrevistados afirmaram fazer sexo uma ou mais vezes por semana. A pesquisa também revelou que a idade média dos que sofrem de compulsão sexual é de 34 anos. A escolaridade do grupo é muito alta: 37% têm terceiro grau completo, 30% têm segundo grau completo e 15% tem terceiro grau incompleto.

Em 54% dos pacientes analisados foram apontados sintomas de transtornos psiquiátricos, como depressão ou ansiedade. Outros dados mostram que 41% dos perfilados têm parceiro fixo e que a média de parceiros sexuais de cada paciente é de 161 pessoas. Os pacientes apontaram como principal área de prejuízo a profissional (60%), a pessoal (45%) e a familiar (16%). Os dados que mais chamam a atenção - justamente por não serem tão aberrantes - apontam que, em média, cada paciente tem um parceiro por semana (que pode ser o mesmo), pensa em sexo 5 vezes por dia, tem 2,4 relações sexuais por semana, masturba-se 9,3 vezes por semana e tem uma média de 11,7 orgasmos por semana.

Diante de tempos tão difíceis como os que vivemos torna-se indispensável que a igreja evangélica se posicione audaciosamente contra a promiscuidade que tanto nos apavora. Além disso, é fundamental que anunciemos aos doentes da alma e da mente a maravilhosa noticia de que se é possível mudar de vida. Para tanto, é absolutamente necessário que proclamemos o evangelho da salvação eterna, o qual é tremendamente eficaz para libertar o ser humano de seus dramas, dilemas e sofrimentos.

Tenho plena convicção de que como cristãos, não devemos nos curvar diante da imoralidade que tem destruido parte da sociedade brasileira. Como discipulos de Senhor, temos por missão anunciar a esta geração, Cristo, o qual é unico capaz de satisfazer o vazio da alma transformando gemidos em esperança, escravidão em liberdade, doenças em saúde.


Autor: Renato Vargens
Fonte: Pulpito Cristão



"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco."

A FALSA PAZ

Existem algumas palavras que nós usamos no nosso cotidiano e no nosso dia a dia que muitas vezes acabam ganhando um sentido diferente do significado que elas tem nas Escrituras, fazendo com que percam a sua essência ou sejam mal interpretadas quando as lemos na bíblia. Um bom exemplo disso é a palavra amor. Temos o hábito de enxergar a palavra amor como um sentimento ou um desejo, mas raramente as Escrituras mostram amor como um sentimento. Quando João diz que "Deus amou o mundo..." (Jo 3, 16) ele também diz que Deus "deu o seu Filho unigênito..." para dar vida eterna aqueles que creem nEle. O amor das Escrituras está ligado à ação demonstrada e não ao sentimento "sentido". Se Deus nos ama então ele demonstra o Seu amor entregando o Seu Filho. Quando Jesus diz que nós devemos amar os nossos inimigos (Mt 5, 44) Ele não está pedindo para que nós desenvolvamos um sentimento, uma paixão por aqueles que nos odeiam e no momento em que este sentimento for real então nós atingimos o amor por Ele desejado. O que Ele quer é que nós tenhamos atitudes de amor para com os nossos inimigos, independente daquilo que sentimos por eles. De que vale um sentimento ou um "eu te amo" expressado pelos nossos lábios se as nossas ações não correspondem a isso? São essas ações que serão vistas.

Mas hoje eu não estou aqui para falar sobre o amor. Estou aqui para falar sobre uma outra palavra muito usada por nós mas que também, assim como o amor, com o tempo acaba sendo usada e entendida de uma maneira diferente da abordada pelas Escrituras. Esta palavra é PAZ. E como a usamos em várias ocasiões: desejamos paz aos nossos irmãos quando nos encontramos com eles na nossa congregação, desejamos paz para as pessoas quando um novo ano está para começar, desejamos paz em épocas natalinas, queremos paz no nosso dia a dia, paz no trabalho, paz na faculdade, paz na rua, paz na nossa casa, etc.

Por usarmos tanto a palavra paz no nosso cotidiano é necessário que nós tenhamos em mente qual é o verdadeiro significado dado a ela nas Escrituras, pois creio que desta maneira evitaremos algumas confusões ou más interpretações. Muitas vezes temos o conceito errado de que paz seja apenas a sensação de tranquilidade, a passividade, serenidade, sossego ou qualquer coisa que demonstre que tudo a nossa volta está em harmonia conosco mesmo. Costumamos dizer que estamos em paz quando tudo está bem ao nosso redor. Se as coisas que estão acontecendo ao meu redor não tiram a minha tranquilidade nem a minha serenidade então eu estou em paz. Não que este conceito esteja totalmente equivocado, mas é importante sabermos que quando as Escrituras falam sobre a paz de Deus isto não está relacionado diretamente com as circunstâncias ao meu redor, uma vez que ela continua a existir independentemente se as coisas a minha volta estão bem ou mal.

Paz não é algo exclusivo do cristianismo. Muitas religiões orientais, por exemplo, tem o conceito deles sobre paz. Utiliza-se meios de meditação e um conjunto de exercícios introspectivos a tal ponto que as dificuldades e as lutas ao nosso redor não nos afetam mais. Uma sensação de aceitação às coisas que estão acontecendo aparece dentro de nós para, finalmente, atingimos a paz. Realizar boas obras e caridades também traz às pessoas uma sensação de paz. Quando ajudo o meu próximo uma sensação de tranquilidade e de bem estar toma conta de mim, de modo que eu me sinto em paz. Mas está paz também não é a paz de Deus. Assim como ela não está ligada às circunstâncias, a paz de Deus também não está ligada às nossas sensações.

A VERDADEIRA PAZ

Para tentarmos entender melhor isso vamos ler o que João escreve em Ap 6, 4: "E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros..." Podemos ler que ao cavaleiro do cavalo vermelho foi dado o poder de tirar a paz do mundo. Quando esta paz é tirada a consequência imediata é "pessoas matando pessoas". Retira-se a paz e uma guerra começa. Portanto, vemos aqui a palavra paz sendo aplicada como o oposto à guerra. Se há paz então não há guerra. Tira-se a paz e a guerra começa.

Em uma relação entre pessoas como eu sei que estou em paz com o meu irmão? Basta analisar se existe guerra entre nós dois. Isto é o que chamo de paz relacional e ela é diferente da paz circunstancial. Ela depende unicamente da relação que eu tenho com o meu próximo. Estou em paz com meu irmão não quando tudo está bem ao nosso redor mas sim quando não existe uma rivalidade ou uma guerra entre nós dois. Creio que a paz de Deus, que excede todo o entendimento, deve ser vista da mesma maneira: como sendo a inexistência de uma guerra. Mas qual seria esta guerra e quando ela começou?

HUMANIDADE VERSUS DEUS

No capítulo 3 de Gênesis é relatada a história da primeira transgressão do homem, mais precisamente do verso 1 ao 7. Deus estipulou a sua primeira lei ao homem, dizendo que este poderia comer de toda árvore do jardim livremente, mas do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal o homem não poderia comer pois, no dia em que comesse, certamente morreria (Gn 2, 16-17). Mas o homem não deu ouvidos a lei do Senhor e comeu do fruto proibido. Se nós olharmos no verso 5 do capítulo 3 de Gênesis veremos quais foram as palavras da serpente que realmente motivaram o homem a comer do fruto: "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal". Quando o homem comeu do fruto ele estava demonstrando o desejo dele de ser como Deus e, uma vez que sou como Deus e tenho o conhecimento do bem e do mal não existe mais a necessidade de ser dependente dEle. É neste momento que a guerra entre o homem e Deus foi declarada. Perceba que a guerra não partiu de Deus. Partiu única e exclusivamente do coração do homem. Por causa da transgressão de Adão o pecado entrou no mundo e, com isso, a separação do homem para com Deus teve início. Não apenas isso mas, por causa da transgressão de Adão, toda a humanidade se tornou inimiga de Deus (Rm 5, 10, 12). Não é muito difícil notarmos o efeito desta inimizade nos dias de hoje. Os homens se tornaram independentes, cada um vive da maneira como quer, sem se importar com a vontade ou os desígnios do Senhor. Hoje o homem deseja ser tão independente de Deus como Adão quis ao comer do fruto.

Toda a humanidade, em Adão, está em guerra contra Deus. Mas, da mesma maneira que o homem nos dias de hoje não vê nem reconhece a guerra que está enfrentando, no Antigo Testamento a humanidade tinha uma falsa sensação de paz com Deus. Esta paz era medida de acordo com as circunstâncias ao redor deles. Se Deus prosperasse a colheita, o gado, se não houvessem desastres naturais, nem pragas, nem mortes, etc, então não havia com o que se preocupar pois estamos em paz com Deus. Contudo, para os padrões de Deus, nada estava bem entre Ele e o homem e, para mostrar qual era a real situação da humanidade o Senhor entrega as suas leis ao povo, com o propósito de mostrar que todos estavam debaixo do pecado, todos eram condenáveis e que nenhuma carne poderia ser justificada por ela, uma vez que ninguém poderia cumprir a lei (Rm 3, 19-20). Ou seja, o homem deu início a uma guerra contra Deus e não havia nada que o próprio homem púdesse fazer para colocar um ponto final nela. A solução só poderia vir do próprio Deus. Somente o Deus de toda paz poderia promover uma paz que excederia todo o entendimento e acabaria com a guerra.

A SOLUÇÃO DE DEUS: UMA PAZ ETERNA E PERFEITA

Glórias a Deus porque Ele providenciou a nós a paz que excede todo entendimento e que coloca fim a guerra. Vejamos:

Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. (Ef 2, 12-16)

Amado, eu não sei qual a sensação que se passa dentro de você quando lê trechos como este em sua bíblia mas acredito que você deveria estar exultante e estasiado, com motivos para dar glórias a Deus para o resto de sua vida. Glórias sejam dadas a Deus por nosso Senhor Cristo Jesus ser a paz que excede todo entendimento! Nós estavamos separados de Deus, eramos Seus inimigos e não havia esperança alguma para a humanidade. Mas Deus, por meio do sangue do Seu Filho, nos reconciliou com Ele novamente. Pela Sua carne toda a inimizade foi desfeita e pela Sua cruz houve reconciliação nossa com Deus. Se o símbolo da paz é uma bandeira branca sendo levantada em meio a uma guerra então o Cristo ressurreto é a bandeira branca que precisavamos. Nós começamos a guerra. Mas é Deus, em sua misericórdia e infinito amor, quem levanta o Seu Filho como bandeira branca e coloca um fim a essa guerra. Se não existia esperanças para nós, se não havia como nós cumprirmos a lei do Senhor então Cristo vem, Ele cumpre a lei em nosso lugar (Mt 5, 17) e agora a paz com Deus está para todo aquele que estiver em Cristo.

Que maravilhosa esperança e segurança nós temos, amados. Não depende mais dos nossos inúteis esforços. A reconciliação veio por meio dos esforços do próprio Deus. Basta que nós tenhamos fé na obra de Cristo, e não nas nossas obras, para que tenhamos paz com Deus por meio Dele (Rm 5, 1). A nossa segurança está firme sobre as palavras de Cristo: "está consumado" (Jo 19, 30). Tudo foi feito por Ele e nada poderá tirar esta paz que Deus nos concedeu.

MAS EU NÃO ME SINTO EM PAZ

Apesar de nada mudar o fato de que em Cristo temos a paz eterna e perfeita com Deus existem algumas coisas que acontecem conosco que trazem a falsa sensação de que esta paz se foi. Contudo, Deus foi mais do que suficiente em garantir não apenas que a paz seja eterna como também que a sensação desta paz possa ser sentida em todo momento. Vamos ver as duas principais coisas que acontecem conosco que tiram a sensação desta paz e vejamos como Deus lida com isso.

Primeiro: Circunstâncias Adversas

É fácil falarmos de paz quando tudo está bem conosco, quando temos um bom emprego, quando nossos filhos estão bem de saúde, quando as contas estão todas quitadas, quando temos um lar para nos abrigarmos, etc. Mas dizer que existe paz quando um ente querido nosso está hospitalizado, quando descobrimos que temos uma doença terminal, quando nosso filho é atropelado enquanto andava de bicicleta na rua, quando estamos desempregados, etc, para muitos é quase uma ofensa. Você pode dizer que não tem como ter paz quando tudo na nossa vida vai de mau a pior. Contudo, creio que eu já tenha demonstrado que a paz com Deus independe das circunstâncias. Não apenas isso mas Deus também oferece meios pelo qual nós podemos ter de volta a sensação desta paz independente das lutas e dificuldades que estamos enfrentando.

A primeira coisa que devemos lembrar é que Deus conhece esta sensação que você está tendo. Em certa ocasião Jesus, sabendo que a sua terrível morte estava próxima, fez a seguinte oração: "Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres." (Mt 26, 39). Se nós olharmos para a circunstância ao redor de Jesus ninguém pode falar que Ele estava em paz. Na verdade Ele estava tão tenso e preocupado com a situação que chegou a suar gotas de sangue. Mas, mesmo em meio a isso, Cristo estava em paz com Deus e podemos tirar esta conclusão vendo que Ele termina a oração dEle pedindo para que a vontade de Deus se cumprisse. Uma oração assim só é possível se você realmente estiver em paz com Deus a tal ponto que você confia a Ele a sua luta e dificuldade. Percebe que a paz não está ligada ao que está ocorrendo ao seu redor? Ela está ligada ao relacionamento seu com Deus. Mas qual a confiança que Jesus tinha em Deus para poder estar em paz com qualquer decisão que fosse tomada por Ele? A mesma confiança que nós podemos ter também. Vejamos:

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Rm 8, 28-29)

É esta a confiança que devemos depositar em Deus para que a sensação de paz volte, mesmo em meio as adversidades. Não importa o que acontece, não importa as suas lutas, as suas dificuldades, não importa o quão intransponível parece ser o problema que você está enfrentando. O que você precisa saber é que todas as coisas, sejam elas boas ou ruins, tem um propósito determinado pelo próprio Deus: fazer com que você seja mais semelhante a Cristo. Se você ama a Deus e sabe que foi chamado segundo o propósito dEle então confie no Senhor pois Ele desejou que você passasse por estas lutas para fazer de você um participante da obra de Cristo. Confie no Senhor e regozige-se. Ainda que você ache que as coisas não estão bem creia que Deus está no controle e que os planos e caminhos dEle são os melhores e mais perfeitos para você. Apenas deleite-se nEle e desfrute da sensação de paz novamente.

Segundo: Pecado

Outra coisa que faz com que percamos a sensação da paz que Deus nos concedeu é o pecado. É incrível a quantidade de pessoas que pensam coisas do tipo: "hoje eu não vou à igreja pois estou em pecado...", "hoje não me sinto digno de orar pois pisei na bola feio...", "sinto que Deus está longe de mim devido ao erro que cometi...", "não sinto paz em fazer este trabalho depois do que eu fiz...", etc.

Claro que devemos nos sentir mal quando cometemos algum pecado. Sabemos muito bem quando fazemos coisas que não agradam a Deus e isto é o princípio do arrependimento que todo cristão vai sentir durante a vida inteira. Mas de maneira nenhuma devemos pensar que Deus se distanciou de nós e que a paz que antes foi conquistada por Ele através da morte e ressurreição de Cristo se acabou. Como afirmei anteriormente a base para a paz com Deus não está nas circunstâncias e muito menos nas nossas obras. Tudo esta baseado no que Cristo fez, e nada mais. Acertadamente João, em sua primeira epístola, escreve para que nós não pequemos (I Jo 2, 1). Mas ele não para por aqui. Sabendo que somos falhos e imperfeitos ele diz que se pecarmos temos um advogado perante o Pai, Jesus Cristo, o justo. Ele não apenas é o nosso advogado como também é a própria propiciação pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo inteiro (v. 2). Antigamente quando lia este trecho eu pensava que, quando eu pecava, Jesus argumentava mais ou menos assim com Deus: "Olha, Pai. Eu sou o advogado dele e estou aqui para defendê-lo. Apesar dele ter cometido esta falta olhe para o histórico dele. Veja: ele ora, jejua, lê a bíblia, faz o devocional dele certinho... Ele não é tão mau assim. Dê mais uma chance a ele...". Até um dia em que eu me atentei no fato de que Cristo é a nossa propiciação. Mas o que quer dizer isso? Significa que Jesus Cristo, o Justo, é o próprio sacrifício oferecido a Deus. São as obras dEle que aplacam a ira de Deus e não nossas. Ou seja, Jesus nos defende perante o Pai usando como argumento o fato que nós, pela fé, estamos ligados nEle e como Ele é o Justo nenhuma condenação há para os que estão nEle. Glórias a Deus por isso! A obra de Cristo resolve o problema do pecado em nós de, no mínimo, três maneiras diferentes:

Sangue: o sangue derramado por Cristo na cruz é o sangue para a remissão dos pecados. João diz que este é o sangue que nos limpa e purifica de todo pecado (I Jo 1, 7). Quando ele diz "todo pecado" ele está falando de todos os pecados que você já cometeu na sua vida, de todos os pecados que você possa estar cometendo neste momento e de todos os pecados que você eventualmente cometerá no futuro. Portanto, independente do pecado que você tenha cometido creia que o sangue de Cristo te purifica de todos eles e permite que você esteja em paz com Deus.

Cruz: nós em Cristo e Cristo na cruz é o que mata e destrói o desejo interno que o homem tem de pecar. Enquanto o sangue resolve o problema dos pecados que cometemos, a cruz soluciona a raiz do problema: o velho homem, ligado em Adão, que desejava o pecado. E qual é a função da cruz para o velho homem? Ela serve para matá-lo. Uma vez que o velho homem que desejava o pecado é morto não precisamos mais servir ao pecado e somos livres desta escravidão (Rm 6, 6). Então, Cristo não apenas resolve o o problema dos pecados que você cometeu como também faz com que você não deseje mais cometê-los.

Um novo coração: bastaria uma revelação do poder do sangue e do poder da cruz para que nós pudéssemos descansar em Deus, sabendo que nada pode nos separar dEle e que nada pode acabar com a paz que Ele conquistou para nós. Mas Deus foi além disso para resolver o problema do pecado. Com o sangue Ele nos purifica dos pecados. Com a cruz Ele acaba com a nossa vontade de pecar. Contudo, pode ser que antes da nossa conversão nós tivéssemos alguns pecados que eram habituais, coisas que faziamos com frequência, sem nos importarmos com isso. Assim que nós nos convertemos e entendemos a mensagem do evangelho nossa mente é mudada, nosso desejo é mudado e passamos a odiar o pecado. Mas algumas vezes um problema persiste: o fato do nosso corpo ainda estar habituado ao pecado e não conseguimos largá-lo tão facilmente. Ainda que eu não queira e ainda que minha mente não deseje o meu corpo está vicíado no pecado e ele é teimoso. Então é necessário que Deus faça alguma coisa com relação ao corpo habituado em pecar. E Ele fez. Vejamos o que Paulo diz em Filipenses 4, verso 8:

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai."

Lembra da parábola que Jesus contou sobre o espírito mau? Quando um espírito mau sai de uma pessoa ele vaga pela terra e, não encontrando lugar para descansar, volta para a sua antiga casa. Ao chegar e vê-la limpa, sai, chama sete espíritos piores e todos ficam morando na mesma casa, tornando o estado atual da pessoa pior que o estado anterior (Mt 12, 43-45). O que Paulo está dizendo neste trecho de Filipenses é semelhante ao que foi dito por Jesus anteriormente. Tentarei ilustrar isso para que fique mais fácil de ser compreendido. Imagine um irmão que é viciado em pornografia. Sabendo deste problema o irmão faz um propósito de nunca mais acessar qualquer tipo de material pornográfico. Este irmão sente-se vitorioso durante uma semana. Contudo, passado este tempo, o irmão volta a cometer o mesmo pecado, só que desta vez de uma forma ainda pior daquela que ele cometia no passado. O irmão está profundamente arrependido e promete mais uma vez ficar longe da pornografia. Desta vez a vitória é maior: o irmão conseguiu ficar duas semanas sem acessar qualquer material pornográfico. Mas, infelizmente, isto não durou muito. Passada essas duas semanas o irmão voltou a pecar e o pecado foi ainda pior que na vez anterior.

A ilustração pode até ser simples, mas não deixa de ser verdadeira. Quantos são aqueles que enfrentam lutas similares a essa. Eu não estou falando de não convertidos. Estou falando de pessoas que já estão em Cristo mas ainda enfrentam batalhas para deixar alguns pecados de lado. Contudo, em alguns casos, não basta nós apenas deixarmos de cometer determinados pecados. É necessário que nós enchamos a nossa mente com coisas que ocuparão o espaço deixado por esses pecados. Coisas que, segundo Paulo, sejam justas, puras, amáveis, de boa fama, que tem virtude, etc.

Se era hábito uma determinada ação pecaminosa então é necessário que nós substituamos esta ação por uma outra ação justa, pura ou que tenha alguma virtude. Um homem que tem o hábito de mentir não deixará de ser mentiroso se fechar a boca. Ele apenas será um mentiroso que não está em ação no momento. Ele deixa de ser mentiroso quando, no lugar da mentira, ele começa a falar a verdade (Ef 4, 25). Um ladrão não deixa de ser ladrão quando para de roubar. Ele será visto como um ladrão que está sem oportunidade para praticar aquilo que ele esta acostumado a fazer. Contudo, deixará de ser ladrão quando começar a trabalhar com coisas boas usando as próprias mãos para ter como acudir o necessitado (Ef 4, 28). O que fala palavrão deixará de ter uma boca torpe quando começar a transmitir graça e edificação aos outros através dos seus lábios (Ef 4, 29).

O que eu quero dizer com isso? Quero dizer que se você tem algum pecado que é um hábito para você não apenas pare de pecar mas também utilize este tempo livre para praticar coisas opostas ao seu pecado, que trazem glorificação ao Senhor e que possam ser úteis ao próximo. Não deixe um espaço vazio no seu tempo. Ocupe-se para o Senhor pois assim, ainda que seu corpo esteja acostumado com o pecado, você poderá se sentir em paz com Deus pelo fato que você não peca mais nesta área. Mais do que isso. O próprio Deus oferece as ferramentas necessárias para que você deixe o pecado e faça coisas para a glória dEle: "Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis." (Ez 36, 26-27). Deus não apenas troca o nosso coração por um que é capaz de obedecê-lo como também derrama dentro de nós o Seu Espírito, que nos auxiliará a andar nos seus estatutos, a guardar e observar os seus juízos. Portanto nem mesmo o pecado é capaz de acabar com a paz concedida por Deus.

A Ele toda glória e louvor.


Autor: Cláudio Neto
Mensagem ministrada em Outubro/2010 na Comunidade Aprisco, do meu amigo Alexandre Godinho.




Um irmão ex-pentecostal me enviou um conjunto de notas hermenêuticas sobre o falar em línguas, as quais deveriam ser "ser seriamente enfrentadas, aceitas ou então respondidas". Com algumas notas concordo, de outras discordo pelo menos parcialmente, e por isso comento aqui.

1. Não deseje ou procure falar em línguas. (I Coríntios 12:31,28)

O irmão foi além do que o apóstolo escreveu, ao usar o imperativo "não deseje ou procure". Ele diz "procurai com zelo os melhores dons" mas não diz ser errado desejar ou buscar o dom de línguas. Logo adiante ele diz "e eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis". Além disso, o verso 28, referenciado por você diz "a uns pôs Deus na igreja... variedades de línguas", logo se é de Deus por que não desejar e procurar?

2. Línguas não tem valor algum se você não tem o verdadeiro amor. (I Coríntios 13:1)

Amém. Mas o mesmo pode ser dito do dom de profecia, do conhecimento pleno de mistérios e de todas as ciências, da fé que transporta montanhas, da doação de bens aos pobres, do sacrifício da própria vida e de tantas outras coisas que Paulo não mencionou mas que também não tem valor algum sem o verdadeiro amor (1Co 13.1-3).

3. As línguas verdadeiras não causarão divisões na Igreja, mas melhor estabelecerão a unidade. (I Coríntios 12:25)... Não haverá nenhuma confusão causada pelas línguas, mas resultará sempre em paz. (I Coríntios 14:33)... Todas as coisas, inclusive, línguas, são para ser praticadas decentemente e com ordem. (I Coríntios 14:40)

Amém, amém e amém.

4. Nem todo o salvo será capaz de falar em línguas. (I Coríntios 12:30,10,11)

Amém. O mesmo vale para os demais dons e ministérios.

5. Línguas são as menos valiosas e minimamente menos importantes de todos os dons (I Coríntios 12:28,30), e portanto não devem usurpar os dons mais importantes do Espírito Santo.

Concordo que relativamente aos outros dons, línguas tem importância reduzida, mas não é tão insignificante como o irmão tenta fazer parecer, pois Paulo não permitiu que fossem proibidas e queria que todos falassem línguas e ele mesmo disse falar em outras línguas.

6. Cinco palavras faladas com compreensão são mais importantes do que 10.000 palavras em uma língua desconhecida (I Coríntios 14:19), e, portanto, línguas não servirão para o ensino nem para a pregação.

Faltou o irmão mencionar que quem fala em línguas pode também receber o dom de interpretação ou outro pode interpretar, o que na prática equipara línguas ao dom de profecia (1Co 14.13, 28). Nesse caso toda igreja é edificada.

7. Línguas não são para ser utilizadas a menos que elas edificam os outros. (I Coríntios 14:26,23)

Línguas podem ser utilizadas, não para se dirigir à igreja, mas para orar a Deus, caso em que o espírito é edificado, embora a mente fique sem entendimento. Por isso Paulo diz "orarei em espírito, mas também orarei com entendimento" (1Co 14.14-15; 28)

8. Quando for para falar línguas, as verdadeiras, devem ser ao menos dois, mas não mais do que três verdadeiros falantes. (I Coríntios 14:27)

Onde diz que deve ser "ao menos dois"? Paulo está tratando de impor limites para que haja ordem no culto, que está falando de excessos e não de "pelo menos" fica claro na expressão "e por sua vez", no mesmo versículo. Penso que o irmão, no afã de diminuir o dom de línguas, está indo além do texto bíblico, e nisso faz má hermenêutica. Outro detalhe nesse versículo é que Paulo se refere a línguas para se dirigir à assembléia (note a exigência de intérprete e veja o verso seguinte) e nesse caso a regra é a mesma dos profetas: falar dois ou três, um após o outro e não no mínimo dois e no máximo três.

9. Esses dois ou três devem falar cada qual em sua vez, não podem falar as línguas verdadeiras dois ou mais simultaneamente. (I Coríntios 14:27)

Creio ser mais correto dizer que não podem dirigir-se à igreja em línguas simultaneamente e sem intérprete. Vide resposta no item anterior.

10. Tem que ter somente um intérprete - não mais, nem menos que um. (I Coríntios 14:27)

Novamente, de onde o irmão deduziu que tem que ser um, "não mais nem menos que um"? Paulo apenas diz "e haja quem interprete" (ARA), "e haja intérprete" (ARC). Paulo diz para quem tem o dom de línguas, e vários o tinham em Corínto, orar para poder interpretar. Será que apenas um deles poderia receber o dom de interprretar? Mas se o irmão estiver dizendo que seria um, "não mais nem menos que um" por vez, então é a mesma questão de ordem, dos que falam línguas e dos que profetizam, que também o façam cada um por sua vez.

11. Se não há intérprete, não há falante. (I Coríntios 14:28)

Não há falante dirigindo-se à assembléia, mas pode haver falante falando consigo mesmo e com Deus (1Co 14.13-15, 28)

12. Mulheres não são permitidas falar em línguas ou interpreta-las. (I Coríntios 14:34)

As palavras "eu quero que todos vós faleis línguas estranhas" e "porque todos podereis profetizar" foram ditas apenas aos homens? E o que dizer de "Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada." (1Co 11.5). Se as mulheres podem profetizar, um dom mais importante que línguas, porque não podem falar em línguas? Se para profetizar é preciso falar e as mulheres profetizam, porque aplicar o "estejam caladas" apenas às línguas e intepretação?


Autor: Clóvis
Fonte: Cinco Solas
Título Original: Comentário às notas hermenêuticas sobre línguas