Postado por
Cláudio Neto
às
11:51
Quando vi, quase não acreditei. Aliás, eu não teria acreditado se não tivesse visto. Era um envelope para por ofertas. Havia, em letras garrafais, sobre um fundo vermelho: "Grande campanha da prosperidade". Em meio a uma nuvem de versos descontextualizados, estava um espaço para por o valor da oferta. No verso do envelope havia: "Senhor, eu quero:". Como em uma prova de múltipla escolha, tinha várias opções para marcar, como prosperidade na saúde, emprego, aumento de salário, geladeira, fogão, forno microondas, jogo de cozinha, jogo de sofá, calçados, roupas, computador, sítio e outros.
Ah, meu irmão, eu fiquei louco. Sabe quando o zelo pela Palavra se mistura com nossa carnalidade? Foi exatamente isso. Eu queria bater muito no pastor da sinagoga de satã que promoveu essa campanha. Mas que doideira! Como alguém pode viver algo assim e ainda por cima chamar isso de cristianismo? Como alguém pode fazer um “toma lá, da cá” com Deus? Eu dou minha oferta, marco a opção de minha preferência e recebo o que quero, como numa máquina de refrigerantes. É como dizem, sabe... uma mão lava a outra. Nós damos a Deus nossa semente e Ele nos dá os acres de terra. É a barganha santa...
Sabe, diante de tudo isso, existe algo que me incomoda muito. Quando eu olho para dentro de mim e analiso minhas orações, percebo que eu também tento barganhar com Deus. Não que eu dê dinheiro em troca de bens, mas, muitas vezes, eu entrego minha oração a Deus com o único intuito de receber algo em troca. Às vezes eu vou a Deus não para ter comunhão com Ele, mas apenas para pedir por alguém ou por mim, independente do relacionamento paternal que deveríamos ter. Não para adorá-lo incondicionalmente, mas por que eu quero algo e, mesmo dizendo “que seja feita a sua vontade”, tenho que a oração é o preço para conseguir. É como dizem, sabe... uma mão lava a outra.
Claro que existem proporções a considerar, mas quando eu olho com cuidado, vez por outra não vejo muita diferença entre minhas orações e a "Grande campanha da prosperidade". Parece que a vontade de pagar por algo já vem na má natureza humana e isso corrompe até nossas orações. Lutar contra o sentimento de orar apenas por um fim tem se tornado minha luta diária. Agora, antes de dobrar meus joelhos já sabendo por quem ou por que orar, tento me relacionar com meu Senhor, sem esperar nada em troca. Espero que Deus continue operando no meu coração e me levando a adorá-lo incondicionalmente. Não apenas pedindo benção para mim ou para outros, mas sendo filho. E como filho, me relacionando com meu Pai. Não quero dar minha oração a Deus e, inconscientemente, marcar quais bênçãos eu quero receber. Que Deus nos dê força para rasgar o nosso envelope para ofertas e substituí-lo por uma comunhão real e vida com aquele que nos ouve e conhece nossas necessidades.
Autor: Yago Martins, colaborador dos sites Voltemos Ao Evangelho e Teologia e Vida
Fonte: Pulpito Cristão
***
Nota do blog: A intenção do blog Antes que as Pedras Clamem não é falar mal de denominações, pregadores, pastores ou qualquer um que se auto-nomeia com qualquer outro título ou cargo. O propósito principal do nosso blog é pregar contra as falsas doutrinas que corrompem o verdadeiro evangelho, que é centrado na pessoa de Cristo. A imagem do envelope neste post é apenas um exemplo do que acontece em várias outras denominações em nosso país. Portanto não leve para o lado pessoal ;)
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"Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição sobre a muralha; aguardarei para ver o que Ele, o Senhor, me dirá e que resposta terei à minha queixa.
Habacuque 2, 1-3.
Então o Senhor respondeu: 'Escreva claramente a visão em tabuinhas, para que se leia facilmente.
Pois a visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará. Ainda que se demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará'"Habacuque 2, 1-3.
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